terça-feira, 3 de maio de 2011

O que vem a ser Radio Escuta :



Na categoria genérica e imprecisa de “Rádio Escutas” podem estar enquadradas todas e quaisquer pessoas que ouçam o rádio: o ouvinte de uma emissora local, o empregado de uma estação que tem por tarefa ouvir as concorrentes, o monitor de radio internacional, o Radioamador (quando escuta seu rádio), o promotor de testes de equipamentos de rádio e antenas, o Dexista e até mesmo aqueles que se dedicam a ouvir sinais de rádio provenientes de fontes tão exóticas como os morcegos (!). Ou seja, o “rádio escuta” é o ouvinte de rádio em sentido amplo, tal como o termo em si mesmo sugere.

No Brasil, para as emissoras de radiodifusão, “radio escuta” tinha um sentido mais específico: servia para designar um compartimento da estação, uma “Sala de Radio Escuta” onde um estagiário ou funcionário em início de carreira, acompanhava através do rádio os resultados dos jogos internacionais, as noticias pelas grandes emissoras de Ondas Curtas ou até mesmo ouvia estações concorrentes em busca de informações; isso num tempo em que a telefonia não funcionava a contento, era cara e não havia ainda a Internet. Atualmente, nas “Salas de Radio Escuta” sobreviventes, os receptores foram desativados e substituídos pela Internet. Provavelmente os serviços de “escuta de rádio” ainda sobrevivam nas grandes agências de inteligência e nas emissoras internacionais de porte - tipo BBC Monitoring Service – e se destinam à coleta de informações provenientes de regiões do mundo que estejam em conflito onde, por ventura, os outros meios de comunicação possam estar comprometidos.

A prática da radioescuta requer um componente básico, que é naturalmente o receptor. O rádio é na realidade o meio através do qual se pratica o hobby de se sintonizar emissoras internacionais de ondas curtas. É importante desmistificar o hobby, como se fosse obrigatório a aquisição de modelos sofisticados e de custo elevado, pois desde o inicio da era do rádio, se pratica a radioescuta com os mais diversos tipos de rádio, desde valvulados e transistorizados, até os mais modernos microprocessados, e atualmente, até modelos que utilizam técnicas de processamento de sinais digitais.
O mais importante, é o equilibrio entre o receptor, o local onde se realizam as captações e a antena a ser utilizada. O conjunto ideal, é o que o radioescuta considera como apropriado a seus objetivos, por isso, é que não existe o melhor rádio. Aqui estão apenas alguns exemplos de receptores que podem ser utilizados para a prática da radioescuta os quais já tive a oportunidade de utilizar.   Fonte : www.sarmentos.eng.br

Quero ser radioescuta , como posso iniciar ?

Advertisements

Eis aqui uma " CARTILHA DO RADIOESCUTA " , tudo o que voce sempre quis saber .

( Ao final da cartilha voce encontra o arquivo completo para Donwload e manual de consulta . )


Você, que está iniciando agora a prática radioescuta, deve estar meio perdido, no meio do linguajar específico utilizado pelos aficionados de rádio, é um tal ouvir palavras como Long Wire, Log, Jamming, palavras estas que devem parecer muito estranhas para você.
Pretendemos, com este nosso resumo prestar algum esclarecimento que irão facilitar esta sua iniciação.

Iremos dividir esta nossa introdução a escuta de rádio em alguns tópicos básicos que julgamos importantes a todo iniciante., e estes tópicos serão:

Com que ouvir, onde forneceremos informações básicas de antenas e receptores; Como posso sintonizar, com uma apresentação do espectro de Raio Freqüência e como funciona basicamente a propagação em cada um dos segmentos de banda; Como registrar o que ouviu (LOGs); Como informar o que ouviu (Informe de recepção); Como ter uma memória do que ouviu (cartões QSL); Como se relacionar com outros radioescutas  lhe onde será apresentado o grupo brasileiro Central Rádio, onde você poderá se filiar enviando um e-mail para o  endereço centralradio-subscribe@yahoogrupos.com.br e assim participar de uma lista de discussão muito útil neste hobby, e ao final destas linhas, também terá os  anexos Abreviaturas DX e Lista de países (ITU).

Com o que posso ouvir rádio ?

Para se escutar rádio são necessários dois equipamenbtos básicos, um rádio e uma antena.
Posteriormente, o radioescuta irá acrescentando outros refinamentos ás suas escutas através da adição da utilização de mais alguns equipamentos complementares, mas como início, somente o rádio e a antena serão necessários.

O Receptor

Falemos primeiramente do Rádio, equipamento imprescindível á escuta dexista de estações.
Inicialmente, qualquer receptor que possua captação de emissoras de Ondas Médias e Ondas Curtas poderá ser utilizado.
Talvez em sua residência você até possua aquele receptor antigo valvulado, relíquia de família. Saiba que estes receptores são ainda utilizados por muitos dexistas com um desempenho até satisfatório.
Mas, para um início com algumas condições melhores de desempenho, somente poderá ser realizado se você utilizar um receptor digital, mais moderno, que lhe dará precisão nas leituras das freqüências captadas, além de oferecer mais alguns recursos que lhe poderão ser muito úteis na melhoria de suas sintonias.

 Mas como escolher um receptor digital ideal  ?
 
Bem, o ideal nem sempre está ao alcance de nosso poder aquisitivo, além do que aconselhamos a todos nunca gastar muito dinheiro nesta atividade, pois ela trata-se de um hobby e sempre deverá ser assim encarado pelos praticantes. O dexista deverá sempre partir sempre do princípio de conseguir o melhor custo benefício dentro de suas possibilidades.
O primeiro fator importante a todo iniciante é nunca iniciar comprando um receptor profissional de mesa, os quais são muito caros e dependem de maiores conhecimentos na área para a sua correta operação. O recomendável é que se inicie através de um bom receptor portátil digital.

Analisando dentro deste parâmetro custo/benefício, poderíamos indicar um imenso naipe de receptores que existem hoje no mercado, em oferta aos radioescutas, mas falaremos aqui apenas de três tipos de  modelos de receptores digitais diferentes, os quais, pela experiência, sabemos irão atender plenamente esta condição e fornecer boas escutas aos que se dedicam ao nobre hobby de ouvir rádio.
Nas folhas seguintes mostramos resumidamente estes receptores. 

Receptor DEGEN modelo DE1121
 

É um receptor que apresenta algumas inovações em relação aos demais digitais portáteis, e entre estas a que mais se destaca é o MP3 e a possibilidade de gravação digital direta ou gravação de voz.
Tal como a grande maioria, é de dupla conversão e possui as demais características similares.

Modo
Freqüências
Passo
FM
70 a 108 mHz
50/100 kHz
Ondas Longas è Médias
150 a1.620kHz
1/9/10kHz
Ondas Curtas
3000 a 29.999 kHz
50/100kHz
    Rádio e MP3 podem funcionar independentes e desacoplados.
    A função TIME pode ligar e desligar automáticamente o RÁDIO, MP3 e p  MIC FM/RECORD.
    Sistema de dupla conversão em LW/MW/SW.
    400 memórias divididas em 100 bancos alfanuméricos de 4 memórias cada.
    Conexão com o PC para editar e atuazar as frequências e as emissoras.
    5 modos de sintonia: Direto via teclado, via memória, seleção de banda, botão de sintonia, auto scan.
    Função embutida para carregar as baterias do MP3 e do rádio.
    Controle de sintonia fina para o modo SSB.
    2 Filtros de seletividade WIDE/NARROW p/ o modo AM
    Atenuador c/ 3 posições  LOCAL/NORMAL/DX.
    Entrada para antena externa.
    Tocador de MP3 reproduz: MP3, WAV e WMA.
    Gravador de Radio MP3: ( 32, 80, 128KBPs ) estéreo, grava direto do rádio e internamente sem o auxilio
    de cabos.
    Gravador de voz WAV (32KBPs) mono, grava  som ambiente por meio do microfone embutido no
    dispositivo de MP3.
   
  
Receptor SANGEAN modelo ATS909






 Receptor que apresenta a condição de ter praticamente todos os seus controles em teclas separadas, sem menus.
Um desing de maior proporção que seus correlatos, dando-lhe uma aparência mais sólida e tendo maior peso.
Seu desempenho é conhecido e muito elogiado nos meios radio escutas.

Modo
Freqüências
Passo
FM
87,5 a 108 mHz
50/100 kHz
Ondas Longas
153 a513 kHz
1/9 kHz
Ondas Medias
520 a 1.710 kHz
1/9/10 kHz
Ondas Curtas
1.711 a 29.999 kHz
1/5 kHz

Possui a condição de memorizar 306 emissoras diferentes.
Possui entrada para antena externa.
Possui saída para gravação externa com nível fixo
Possui filtros Wide e Narrow.
A sua alimentação é feito por 4 pilhas do tipo AA ou pela fonte externa de 6 Vcc.

 Apresentamos estes modelos de receptores somente a título de ilustração e por conhece-los “pessoalmente” , mas existem uma infinidade de outras marcas e modelos que poderão ser utilizados com excelente desempenho. 
A Antena :
 O segundo equipamento que citamos como complemento nesta iniciação trata-se da antena.
No tópico antena, devemos informar que ao iniciante, uma boa antena Long Wire será de grande valia nas escutas em Ondas Curtas e uma antena Loop de ferrite fará este papel nas sintonias em Ondas Médias.
Falaremos em seguida sobre estes dois tipos de antenas:

ANTENA LONG WIRE PARA ONDAS CURTAS :

A Long Wire  é a antena ideal párea ser utilizada pelo radioescuta iniciante, pois se trata de uma antena fácil de ser confeccionada e seu custo é baixo, tendo uma resposta muito satisfatória em toda a banda de Ondas Curtas.
Não iremos nos fixar em cálculo sofisticados para determinar o comprimento da antena, mas sim na experiência do tempo de escutas e das diversas antenas similares confeccionadas.
Assim sendo uma antena Long Wire para Ondas Curtas deverá ter o comprimento entre 10 metros e vinte metros, sendo que se esta antena for confeccionada com comprimento acima de 25 metros ela passará a ter um comportamento muito direcional, o que não nos será satisfatório pois pretendemos captar emissoras de todas as direções possíveis.

É importante se utilizar um balum para o acoplamento ideal entre antena, cabo e receptor.
Mas, podemos “agregar mais valor” á nossa Long-Wire de OT, se lhe acrescentarmos um Balum. Que é um dispositivo muito importante no caso desta antena de fio longo, por dois motivos específicos.

O primeiro motivo é o de nossa antena ter uma impedância específica em torno de 400 a 500 ohms e deverá estar conectada por um cabo coaxial de 50 a 75 ohms a um receptor que apresenta uma impedância de entrada de 50 ohms. Para que exista um acoplamento perfeito neste sistema temos de fazer uma adcequação nestas impedâncias tão diferentes e isso é feito através de um balum.

No cabo desta antena utilizamos um balum de relação 9:1, que em resumo é um transformador de impedância que ao receber uma determinada impedância de entrada entrega em sua saída um valor nove vezes menor. Assim , um valor de 450 ohms na entrada do balum resulta em 50 ohms em sua saída e desta maneira o sistema fica com um, quase perfeito,  “casamento de impedância”

Nesta atividade de casamento de impedância, a péssima qualidade dos cabos coaxiais que encontramos no Brasil, sem exceção para nenhum fabricante, faz com que tenhamos uma margem de erro muito grande nos baluns. Por terem de exportar receptores para paises onde sabidamente serão conectados a cabos coaxiais de impedância diferente da especificada, os fabricantes já confeccionam a entrada destes receptores com uma  faixa larga de impedância. Com isso a confecção do balun torna-se muito menos crítica do que seria se tivéssemos de faze-lo para condições de valores mais precisos.

Já o segundo motivo da utilização de um balum em nossa long-Wire é  para transformar a saída desbalanceada da antena long Wire em uma saída balanceada que permita a conexão equilibrada de um cabo coaxial à mesma pois as entradas dos receptores transistorizados digitais (Degen, Sangean, Icom, etc...) são desbalanceadas. Lembro que a grande maioria dos receptores valvulados, possuem entrada desbalanceada, mas isso não é regra geral, pois conhecemos  um receptor Telefunkem KW que possui duas saídas para antena, uma `desbalanceada e outra balanceada.

Mostraremos agora algumas maneiras fáceis e conômicas de você mesmo confecionar o seu balum de relação de 9:1 a ser utilizado em sua Long-Wire, usando materiais fáceis de serem encontrados por qualquer radioescuta, mesmo em pequenas cidades do interior, sem a necessidade de importar núcleos específicos e calculados para esta finalidade.
Estes baluns foram desenvolvidos, muito mais através da experimentação prática, após serem baseados em um circuito corretamente calculado. E por mostrarem um desempenho satisfatório é que os apresentamos nestas linhas.

Nas três figuras seguintes, mostramos as maneiras de se efetuar estas montagens, sendo que o radioescuta deverá optar pelo processo que lhe seja mais fácil de executar. Todos os três apresentaram resultados similares no desempenho.

Os desenhos seguintes são auto-explicativos de cada montagem sendo que devo esclarecer que os enrolamentos são feitos com três fios em paralelos (Batizados por A, B e C) sendo que realizei experiências com as bitolas 18, 19 e 20 AWG (fio de enrolamento de motores) como também cabinho colorido de cabos telefônicos e todos se mostraram com resultado onde as diferenças eram desprezíveis no resultado final.

A fiação do balun não é feita com as bobinas enroladas paralelamente umas as outras, na realidade deve-se enrolar os fios das três bobinas, formando uma “cordinha” com eles e será com esta “cordinha” que se enrolará as bobinas. É importante marcar as extremidades de cada fio (A,B e C) para poder se identificar cada bobina na hora de fazer as conexões entre elas, mas se utilizar cabinho de cabo telefônico utilize de três cores diferentes. A maneira de efetuar as conexões dos fios aparecem em cada desenho.

Como o balum deverá ficar logo na saída da antena, ali bem na ponta da Long-Wire, fazendo a interligação dela com o cabo de descida que será levado ao receptor. Por estar montado sempre externamente, estará sujeito ás intempéries climáticas, e assim você deverá protege-lo do sol e da chuva, acondicionando-o  em uma caixa plástica (saboneteira, tubo de Cebion, recipiente de filme fotográfico, etc), vede bem para evitar umidade, com silicone, Araldite, durepoxi, massa plástica ou fita de auto fusão.
Nas figuras seguinte vemos a montagem prática dos diversos modelos de baluns citados no texto.


Balum 9:1 confecionado com núcleo de barra de ferrite:



 Balum confecionado com núcleo de ferrite aproveitado de Fly-Back de televisor:
 Balum confeccionado com núcleo toroidal, aproveitado de fontes de computadores:  

E para encerrar este tópico sobre a montagem da Long-Wire, apresento aquilo que julgo mais importante neste tipo de antena: o aterramento.

A sua Long-Wire é um tipo de antena, que devido as suas características eletromecênicas, possui uma imensa capacidade de captação de interferências eletromagnéticas. É por isso que as long-Wires são consideradas antenas ruidosas.

Mas vejamos que é esta tal interferência eletromagnética, para que possamos adotar medidas que possam elimina-la ou mesmo diminuí-la consideravelmente.
 A interferência eletromagnética é  um campo ou onda elétrica ou magnética que altera o funcionamento de um equipamento, no nosso caso o nosso receptor. Em alguns casos a interferência pode ser insignificante não comprometendo o resultado final do rádio pois  o mesmo continua desempenhando sua função a pesar da interferência há a compatibilidade eletromagnética.

A interferência pode ser proposital ou acidental e pode ser de origem natural ou artificial. O campo geomagnético é de origem natural e causa interferência em sistemas elétricos em geral. As manchas solares também causam interferência em sinais de telecomunicação aqui na Terra. Outros exemplos de causas naturais de IEM são as descargas atmosféricas e os ventos. Podem ser citados alguns equipamentos que geram campos eletromagnéticos interferentes como: microcomputadores, microcontroladores, linhas de transmissão de energia elétrica, explosão nuclear, motores elétricos, circuitos de eletrônica digital, velas de automóveis e motocicletas, rádios de comunicação. A IEM pode ser radiada (pelo ar) ou conduzida (se propaga por condutores) É comum encontrar a sigla IEM para interferência eletromagnética.

Existem várias técnicas para evitar ou reduzir a IEM, entre estas técnicas estão o aterramento elétrico, a blindagem magnética, a blindagem elétrica, o uso de filtros, o isolamento ótico, os protetores elétricos.
No caso de nossa Long-Wire, optamos (por questões de maior facilidade e economia) pelo aterramento.
Porém antes até de falarmos sobre o processo de aterramento que iremos utilizar devemos esclarecer que ele estará sendo utilizado somente para a diminuição do nível de ruído captado pela antena e nunca poderá em hipótese nenhuma ser tratado como um dispositivo de proteção do sistema contra surtos de tensão ou descargas atmosféricas. O nosso aterramento será usado como um “by pass” do sinal de ruído para a terra, e assim gostaríamos de reafirmar que se trata de um aterramento para RF e não de um aterramento de proteção contra descargas atmosféricas, pois este deverá ser montados de maneira muito mais específica, calculada e por pessoas com conhecimento de causa sobre o tema.

Como vimos nos desenhos de montagens dos baluns de relação 9:1, todos eles possuem quatro pontos de conexões externas, um para a malha do cabo coaxial, um para o “vivo”do cabo coaxial, um para a antena propriamente dita e o quarto para o aterramento.

Este aterramento, deverá ser feito com uma barra metálica, de mais de 1,5 metro de comprimento, que deverá ser fincada no solo em local bem próximo a haste isolante que sustenta um dos lados da antena.
Deve-se interligar esta haste fincada ao ponto de aterramento do balum, de preferência por conexões soldadas e no caso de isso ser impossível, que seja utilizado parafusos bem apertado nesta função.
Como não se trata de um aterramento de proteção, mas sim um `desvio de sinais indesejáveis, poderá ser utilizado fio fino, nesta interligação.
Um cuidado especial que se deve ter é o de evitar o chamado “loop de terra” que, por um pequeno descuido ou desconhecimento, poderá gerar muitos ruídos indesejáveis nos nossos Shacks
Um loop de terra (“ground loop”) ocorre quando existe mais de um caminho de aterramento entre duas partes do equipamento. Como temos um aterramento na nossa antena, se não tomarmos cuidado e, por exemplo, utilizarmos uma mesa metálica para acomodar nosso receptor, sem uma toalha isolante sobre ela; esta mesa, por ter os pés metálicos sobre a terra, formará um segundo caminho de aterramento o qual se interligará ao nosso aterramento da antena, através da própria terra e este caminho duplo forma o equivalente ao loop de uma antena, que muito eficientemente capta as correntes de interferência.
Muitas outras condições podem gerar este caminho duplo e é importante analisarmos bem nosso sistema de recepção para verificar se eles não est~são presentes nele.
Outra providência que deverá ser tomada, é para se evitar a ocorrência de cargas estáticas induzidas na antena, e nisso deve-se utilizar dois diodos retificadores de alta capacidade de isolamento de tensão, montados um inverso ao outro, entre as conexões de “vivo”e malha do cabo coaxial.
Estes diodos podem ser da especificação 1N7007, que são muito baratos e fáceis de serem encontrados
No desenho seguinte mostramos como fazer a montagem destes diodos. 

Na figura seguinte mostramos o resultado final da antena Long Wire montada.
 
Como posso sintonizar meu rádio ?

Antes de falarmos sobre o espectro de radio freqüência, falaremos de maneira bem sintética sobre o comportamento básico da propagação, que é a maneira como as ondas de rádio podem chegar ou deixar de chegar até nossos receptores.
A propagação de Ondas de Rádoi tem um comportamento bem diferente durante o dia em relação ao período noturno.
Durante o dia as ondas que são direcionadas á Ionosfera (Que se divide 3em várias camadas atmosféricas), são absorvidas pela camada “D” e não retornam. Por isso, as baixas freqüências, principalmente Ondas Médias são muito mais difíceis de serem captadas pois se propagam somente através de transmissões terrestres de ponto a ponto (transmissor diretamente ao receptor.
Já durante a noite a camda “D” da ionosfera se desfaz e as ondas de rádio passam a serem refletidas na  camada E e desta maneira retornam a terra onde seguem em saltos entres terra e camada “E”, até chegarem ás nossas antenas receptoras.
Nas figuras seguintes vemos este comportamento da propagação de maneira bem mais fácil de ser interpretada.


O espectro de radio freqüências de emissoras de rádio abrange, abrange uma  vasta gama de freqüências, mas nos ateremos a falar aqui somente uma faixa das freqüências de transmissão em Amplitude Modulada, por estarem diretamente ligadas ás broadcasters, ou seja emissoras de rádio.
Assim sendo apresentaremos os segmentos de bandas entre as freqüências de 540 kHz e 30 Mhz.
No quadro seguinte vemos estas faixas de freqüências e um resumo do comportamento típico da propagação em cada uma destas faixas. Todos horários mencionados no quadro seguinte se referem á horários UTC, e para se inteirarem mais sobre este tipo de horário deve-se se o tópico específico existente nos anexos deste trabalho.
Faixa de freqüência
Metros
Comportamento
540  á  1.700 kHz
Ondas Médias
Durante o dia quase que exclusivamente a recepção de emissoras locais ou regionais com exceção de algumas poucas de grandes cidades pouco mais distante, que operam com grande potência.
Durante á noite, possibilidade de captação de emissoras de longas distâncias e com uso de antenas mais aperfeiçoadas se consegue captar estações bem mais distantes.

Faixa de freqüência
Metros
Comportamento
2.300 á 2.495 kHz
120 metros
Durante o dia oferece recepção á distâncias de 150 a 200 Km. Somente em noites de muito boa propagação se consegue captar emissoras de distâncias maiores. Nestes dias, mesmo emissoras de baixa potência são ouvidas.
Durante o verão esta banda tem um alto índice de ruídos atmosféricos. Além disso a faixa sofre a presença de muitos harmônicos de Ondas Médias e em alguns receptores pode apresentar espelhamento ou imagens.
3.200 á 3.400 kHz
90 metros
Alcance de recepção diurna pode chegar a 1.000 Km. Durante a noite, em boas condições de propagação, principalmente no inverno, as estações de todas as regiões tropicais podem ser ouvidas, desde que esteja usando uma boa antena.
No  verão o nível de ruído é muito alto, principalmente para os radio escutas residentes em regiões tropicais e sub-tropicais. Estes ruídos atmosféricos prejudicam muito a recepção durante o ano.
3.900 á 4.000 kHz
75 metros
Nas Américas esta faixa não é destinada ás emissoras de rádio, sendo reservada aos radioamadores.
Porém nela podem ser ouvidas muitas emissoras de outras regiões, principalmente á noite.
4.750 á 5.060 kHz
60 metros
Durante o dia, tal como nos 90 metros pode ter um alcance de recepção de até  1.500 Km. Durante a noite, em boas condições de propagação, principalmente no inverno, as estações de todas as regiões tropicais podem ser ouvidas, desde que esteja usando uma boa antena.
No  verão o nível de ruído é muito alto, principalmente para os radio escutas residentes em regiões tropicais e sub-tropicais. Estes ruídos atmosféricos prejudicam muito a recepção durante grande parte do ano.
Internacionalmente o limite superior desta faixa é 5.060 kHz, mas no Brasil, por lei, o Anatel define 5.050 kHz.
Mesmo sendo uma banda determinada para estações Tropicais do Globo terrestre, é utilizada por países muitos fora desta área.
5.950 á 6.200 kHz
49 metros
É uma faixa muito usada nacional e internacionalmente pelas emissoras de rádio. Durante o dia oferece boa recepção ás emissoras brasileiras e sul americanas. Durante a noite é possível se captar emissoras de todo o mundo nesta banda. Nela o nível de ruídos atmosféricos é limitado. Somente nas regiões tropicais e durante o verão é que este nível de ruídos podem atingir índices que prejudicam a recepção. O maior problema desta banda são as estações fortes que interferem umas com as outras.
7.100 ás 7.300 kHz
40 metros
Nas Américas esta banda também não é usada para radiodifusão por ser uma das principais bandas de radioamadorismo.
Porém existem muitas emissoras européias operando nesta faixa. Permite boas escutas no início da manhã e na parte da noite, sem a presença de muitos ruídos.

Um comentário:

  1. Olá tudo bem.? Olha só, sou um admirador das transmissões em Ondas Curtas, e ganhei recentemente um rádio receptor TECSUN S2000, porém, me vejo um tanto frustrado porque não consigo ouvir absolutamente nada em tais bandas. Admito que nunca usei o rádio com alguma antena externa e também imagino que meu ambiente seja um tanto inadequado, pois vejamos: 1º. moro em ambiente urbano, inclusive próximo ao Centro, 2º. uso o rádio junto com um notebook e 3º. uso uma luminária com lâmpada fluorescente compacta, tudo no mesmo birô, ou seja, seria uma certa quantidade de fontes geradoras de sinal que prejudicam minha recepção em OC, certo?!
    Tenho lido muito e visto vídeos diversos sobre essas antenas de "bastões de ferrite", ativas ou não, muitos mostrando vídeos que são praticamente "inacreditáveis" em termos de desempenho, qualidade de recepção e isso justamente nas ondas curtas...!! Daí fiquei pensando: será que compro algo assim? Será que faço uma? Como se faz uma? Será que a Long Wire não seria uma boa ideia? E se for com um "balun"? Como se fez um "Balun" pra usar na Long Wire? Será que a "Bigode de Gato" não seria mais interessante, já que pelo que vi, com essa antena eu captaria praticamente tudo que é frequência em OC? Enfim... quantas dúvidas.... rsrsrsrsrs... é isso, desculpe-me pelo email tão grande.

    Valeu e tudo de bom.

    ResponderExcluir